segunda-feira, 30 de julho de 2012

Capitulo 3 (parte III)


Olá!
Bem, venho deixar-vos mais um capitulo! Peço desculpa por ser tão pequeno, vou tentar fazer o próximo maior!
Obrigada pelos fantásticos comentários e pelas visitas! Não conseguia sem vocês continuar tão bem!
Beijinhos

Mónica

(Tomás)
Quarta-feira passou devagar demais, mas só por estar ao lado da Catarina já custou menos a passar. Ao fim da tarde fui ter com ela depois da aula dela de Educação Fisica e levei-a novamente a casa, mas desta vez convenci-a a irmos de mota. Eram poucas as vezes que andavamos os dois, mas já conseguia notar que ela estremecia cada vez menos.
-Como chegámos mais cedo temos tempo para namorar mais um bocadinho, não? - sorri, pedinchando, depois de tirarmos os capacetes.
-Temos. Vinte e cinco minutos, ainda. Viémos muito cedo, hoje.
-Mas queres voltar?
-Não, agora também já não vale a pena. Ficamos aqui.
-Está bem... - sorri, saí da mota e pus-me de pé à frente dela, que se tinha sentado de lado no asento. Coloquei as mãos atrás das costas dela, para lhe dar mais equilibrio. - Vais ficar constrangida ou envergonhada e eu decidir beijar-te agora, no meio da rua, em plena luz do dia?
-Não! - respondeu, saltando da mota para o chão, ocupando o espaço entre os meus pés com os seus. Rodeou o meu pescoço e fez-me uma pequena festa na nuca, que me fez arrepiarum pouco, enquanto eu a abraçava mais. - Não me importo que as pessoas vejam e comentem ou vão contar ao meu pai que me viram aqui ou em outro sítio qualquer aos beijos com um rapaz. Eu já lhe contei que começei a namorar, por isso não faz diferença.
-Já lhe contaste?
-Sim. Primeiro, não consigo esconder-lhe nada, ele sabe sempre quando se passa alguma coisa; segundo, tive de avisá-lo que amanhã não passava o dia em casa e ele desconfiou logo.
-E o que é que ele acha?
-Acha super bem! Ficou contente por mim e passa a vida a mandar piadas!
-A sério?
-Sim! Em relação a amanhã, ele disse que eu até podia ir dormir a tua casa! Desde que tivesse juízo! - revirou os olhos.
-Nem era má ideia.
-Não vais abusar da boa vontade da tua mãe!
-Podiamos passar a noite... - Ela interrompeu-me.



 Pela primeira vez, ela tomou a iniciativa. E saiu tão natural como qualquer coisa. Beijou-me. Deliciei-me por completo com esta atitude dela. Dei um sinal de stop às palavras que ela tinha cortado e concentrei-me única e exclusivamente nos movimentos que ela fazia. Suaves e delicados, mas ambiciosos. Sorri assim que nos separámos. - Podiamos passr a noite no ATELIER ou podiamos...
-Depois logo se vê - voltou a interromper.
-Então ficas? - perguntei, esperançoso.
-Eu não disse que ficava.
-Mas também não disseste que não ficavas... - sorri.
-Na altura logo se vê.
-Vou fazer com que adormeças, para ficares lá em casa - brinquei.
-Oh.
-Olha, podias ficar com o capacete em casa, amanhã vais precisar dele e assim eu escusava de andar sempre com ele para trás e para a frente.
-Ok, eu fico com ele, então.
-Wow, calma, não reclamaste porque amanhã vais voltar a andar de mota? - perguntei, surpreendido.
-Não vale a pena. Mesmo que eu diga que não quero e que tenho medo tu convences-me sempre.
-Ah, mas esse medo está a diminuir, não está? - Ela sorriu.
-Sim, acho que sim.
-Eu sabia! Eu disse-te, se fosses devagar ias começar a perder o medo!
-Mas acho que só consigo andar contigo! Sinto-me mais segura.
-É melhor que nada. Depois hás-de conseguir andar com mais alguém, ou até sozinha.
-Sozinha? Hm-hm. Primeiro, não tenho carta de condução, e depois, eu, a andar sozinha de mota? Não me parece.
-Oh. Também tinhas muito medo de andar de mota e agora acabaste de admitir que já estás a perdê-lo!
-Está bem, pronto! - acabou por desistir. - Então mas vens buscar-me a casa ou à estação, amanhã?
-Posso vir aqui. Vais é acordar cedo porque eu quero aproveitar o dia!
-Está bem.
Voltei a juntar os meus lábios aos seus. Precisava deles para voltar a respirar bem. Segundos antes estava a admirar o seu rosto. Os seus olhos eram de um verde escuro, agora mais claro à luz do sol, com pequenas ''pinceladas'' de um castanho claro no interior, que me faziam perder neles à procura de alguma coisa escondida no seu interior. Sem falar dos seus lábios. Naturalmente delineados, num tom rosa macio e quente, chamativos pela sua simplicidade e pelo sorriso doce e único que estava sempre presente. Os meus pulmões encheram-se novamente, mas o meu olhar ficou preso. No seu sorriso envergonhado e no seu olhar nervoso.
-O que é que foi? - perguntou, parecendo incomodada com o meu olhar fixo.
-Cada dia gosto mais de ti! - respondi ainda fixo. Ela sorriu, sem saber o que dizer. Voltei a procurar os seus lábios, desta vez mais avidament. Ela correspondeu fantasticamente bem, enquanto a sua mão se encostou na minha nuca. Eu apertei mais o abraço. Entretanto o ar voltou a rarear.
-Eu também gosto cada vez mais de ti... - sorriu, voltando a passar a mão na minha nuca.
-Isso arrepia-me... - fiz notar, enquanto um arrepiu juntamente com uma sensação de agrado me percorreu o corpo.
-Eu sei - sorriu, meio que a provocar-me.
-E continuas... - sorri, enquanto ela voltava a repetir o gesto, fazendo-me sentir o mesmo misto no meu interior.
-Eu gosto... - voltou a sorrir da mesma forma.
-Eu também, mas...
-Mas...?
-Time out. Está na hora de entrares! - acabei por dizer.
-Pois, pois...
-A sério! - mostrei um leve sorriso.
-Não estou a dizer que não esteja na hora, só que foi uma maneira de fugires à pergunta.
-Ok, até foi, mas, se fôssemos continuar a falar sobre isso, acho que ia ter de te levar a antar lá a casa...
-Ah, pois, então pronto, está mesmo na hora - argumentou, largando-me.
-E depois ainda dizes que gostas de mim. Já estás a fugir!
-Ah para gostar de ti tenho de estar sempre agarrada a ti ou ir jantar a tua casa?
-Não, não!
-Ah, bem me parecia! - sorriu.
-Bem, vais entrar, então?
-Vou.
-Então, até amanhã.
-Até amanhã.
Despedimo-nos com um beijo rápido e um sorriso teno.






sexta-feira, 27 de julho de 2012

Capitulo 3 (parte II)




Olá!
Bem, espero que gostem de mais este capitulo e que deixem os vossos comentários, como têm feito até agora, o que me deixa muitooo contente! :D
Muito obrigada a todos os leitores e seguidores! :D
Beijinhos
Mónica

(Pedro)
Acho que só depois de ter visto a Catarina com aquele rapaz de uma forma tão próxima e divertida é que me apercebi que tinha realmente pouco tempo. Podia ter a facilidade de o coração dela ainda bater por mim, mas essa facilidade parecia cada vez mais longe. Ela mal olhava para mim e quando olhava notava-lhe um canto de mágoa no olhar. Quando falava comigo era fria e distante e já tinhs ouvido da boca dela, apesar de ter sido através de ironia, que ela estava chateada e magoada comigo pela minha atitude para com ela nos últimos dois anos. Sim, ela estava certa. Sim, eu estou errado.Mas vou tentar consertar isso o melhor que conseguir. Mesmo depois daquele beijo. Aliás, aqueles beijos à minha frente. Confesso que fiquei completamente sem saber o que fazer, mas senti o meu coração a encolher. Isso eu sei que senti. Isso, e medo. Medo de perdê-la de uma vez por todas. Mas depois pensei com calma. Eu não vou desistir. Ele pode tê-la agora, mas eu vou tê-la daqui a pouco tempo, e durante muito mais tempo que ele. Por mim, vou tê-la para sempre.

(Tomás)
Estava feliz. Não é que não fosse costume estava bem disposto e a rir. Mas a partir de agora estava mesmo feliz. E essa felicidade tinha nome: Catarina. Tudo o que me apetecia agora era sair a correr da aula de Geometria e finalmente poder estar o resto da tarde ao lado da Catarina. Assim que tocou para saída apressei-me a arrumar as coisas e saí da sala. Ela estava na biblioteca, por isso dirigi-me para o pavilhão A, mas não precisei de avançar mais pois encontrei-a a sair do pavilhão.
-Olá, olá! - sorri.
-Olá.
-Então, vamos embora?
-Para onde?
-Não sei, vamos dar uma volta.
-Mas a mota fica cá, certo?
-Fica! - segurei a sua mão enquanto caminhavamos em direcção ao portão. - Tens-lhe um medo, tu! - sorri.



-É das motas em geral. Já sabes disso.
-Tenho mesmo de ajudar-te com isso! - virei-me para o Sr. António, na portaria. - Sr. António, no máximo às sete horas volto para vir buscar o meu capacete, ok?
-Ok, ok. Não te preocupes que eu estou cá até às sete e meia, vai lá levar a namorada a casa!
-Obrigado, Sr. António! - agradeci. - Tens alguma sugestão para onde irmos ou vamos só andando?
-Não sei, Quinta da Marialva, pode ser?
-Pode. É sossegado e é perto. Boa ideia.
Saímos da escola e fomos até à Quinta da Marialva. Tivemos sorte de o palco estar vazio, então fomos para um canto. Sentámo-nos um ao lado do outro e ficámos alguns instantes calados.
-Desclpa, eu não sei o que é que hei-de...
-Não tens de pedir desculpa, e não tens de fazer nada. Às vezes estes silêncio são bons, sabes?
-Pois... - concordou, parecendo meio envergonhada.
-Quando começas a namorar não tens de saber tudo o que ''tens'' e ''não tens'' de fazer, nem nada disso. Aprendes sempre alguma coisa. Vais começar agora, mas isso não interessa.
-Ok.
Aproximei o meu rosto do dela para a beijar e notei a ansiosidade  - sorriu-me docemente-que ela sentia, pela maneira como olhava para mim. Uni os nossos lábios e fui incentivando e puxando cada vez mais pela sua resposta ao beijo, o que foi bem sucedido, porque algum tempo depois percebi que ela estava apenas a deixar-se levar e depois a tentar corresponder positivamente aos meus incentivos. Soube tão bem sentir isso que não consegui evitar um sorriso, que acabou finalmente por quebrar o beijo.





-Estás a rir-te do quê? - perguntou.
-Soube bem sentir esta tua resposta ao beijo - sorri.
-Oh... - respondeu, baixando o olhar.
-Anda cá! - sorri. - Eu gosto disso. Gosto disto de irmos devagar e de eu te ir ensinando estas coisas. É giro. Mas também sabe bem ver que te estás a soltar tão bem em tão pouco tempo. Ganhas-lhe o jeito facilmente.
-Eu tenho tendência em apegar-me facilmente às pessoas, por isso também é mais fácil ganhar confiança.
-Por isso é que eu caí nas tuas boas-graças tão rápido.
-E porque és giro e vieste falar comigo! - sorriu.
-Ainda bem que sou giro! - brinquei. - Assim poupei tempo e por isso aproveitamos mais - ri.
-Ainda bem foi que tiveste a lata de vir falar comigo!
-Oh. Tu não fazias o mesmo?
-Sinceramente, não sei. Eu tentei ir falar contigo duas vezes, mas depois nunca tinha coragem!
-Porquê? Até parece que eu ia gozar contigo no meio da escola!
-Eu sabia lá! Não te conhecia!
-E tinha ar disso?
-Muito raramente.
-Ah. Eu não sou assim. Não percebo qual é que é o gozo que as pessoas tiram ao humilharem alguém, ou gozarem ou dizerem mal! As pessoas têm um coração, que pode falhar a qualquer momento, que sente e chora silenciosamente com coisas assim, não são bonecos de metal e plástico, invenções perfeitas que não sabem a dor que se sente numa situação dessas!
-Wow - sorriu. - Isso foi profundo.
-Foi uma opinião verdadeira e sincera. Nao percebo mesmo isso! As pessoas são para ser amadas. De maneiras diferentes, mas amadas. E é isso que eu vou fazer contigo! Vou cuidar-te, proteger-te e amar-te!
-Obrigada - sorriu-me docemente.
-Porquê?
-Por me estares a fazer sentir bem, sentir feliz neste tempo que ainda me falta para ir embora.
-E vou continuar a fazê-lo depois. Não te vais livrar de mim assim!
-Acho que também não quero!
-Ainda bem!- sorri, voltando a beijá-la.
-Agora lembrei-me. Já acabaste o desenho que me mostraste hoje de manhã? - perguntou.
-Não, ainda não. Mas olha, agora que falas nisso...
-Então, no que é que estás a pensar?
-Quinta-feira é feriado, não é?
-É. Mas o que é que tem?
-Eu estava aqui a pensar e... podias vir lá a casa. Assim mostrava-te o meu atelier e podia aproveitar para acabar o desenho. O que é que achas?
-É uma boa ideia, estou curiosa para conhecer o teu atelier. Mas, a tua mãe não está em casa?
-Sim, em principio sim, porquê?
-Não vamos incomodá-la?
-Nada disso! Ela gosta quando eu levo amigos lá a casa, gosta de conhecê-los. E ela já percebeu que eu gosto de ti e parece ter-te ganho uma espécie de simpatia só por me deixares tão feliz todos os todos que estou contigo!
-A tua mãe sabe...?
-Eu sou trasparente para ela, assim como ela é para mim. Ela sabe sempre quando eu estou bem ou mal, estusiasmado, chateado, distante. - Fiz uma pequena pausa. - Apaixonado - disse, olhando-a.
-Isso é bonito. Ainda bem que aproveitas assim a mãe que tens!
-É, eu vivo pela minha mãe, ela é tudo para mim! - sorri, orgulhoso. A minha mãe nunca me tinha desapontado. É o amor mais constante e verdadeiro que tenho tido desde o primeiro instante que enchi os pulmões com o ar consumidor deste mundo controverso, complicado, mas ainda assim belo e inspirador. - Então achas que dá? Quinta-feira passas o dia lá em casa?
-Está bem. Só tenho de avisar o meu pai, para ele não contar comigo.
-E só uma coisa. Eu vou buscar-te a casa. De mota.
-Ah, de mota... Então acho que...
-Achas uma boa ideia para deixares de ter tanto medo de andar de mota! E sabes que comigo estás segura!
-Mesmo?
-Não! Não vês que te deixei cair da mota da última vez que andámos nela? - ironizei.
-Oh pá! Pára de me meter medo! - protestou, com um sorriso nervoso.
-Está bem, pronto! - Olhei para o meu telemóvel. - Tenho uma mensagem da minha mãe, a esta hora? - Abri a mensagem e li. - Ah, ok! - exclamei, aliviado.
-Então? - perguntou a Catarina, preocupada.
-Não é nada importante! Só não vem jantar a casa hoje!
-Ah, ainda bem.
-Bem, e acho que está na hora de te ir evar a casa.
-Já?
-Por mim vinhas era comigo...
-A tua mãe não janta em casa mas isso não te dá a liberdade de levares lá as pessoas assim! - sorriu.
-Primeiro, na questão da liberdade, não há problema, a minha mãe não se importa que leve lá gente a casa quando ela lá não está, só pede para termos juízo e não fazermos porcaria, apesar de que eu raramente levo alguém a casa assim; e segundo, tu és a minha namorada, não és uma pessoa qualquer, e eu sei que devo respeito e sei quais são os limites.
-Pareces ser um filho perfeito - sorriu.
-Faço para tentar lá chegar. A minha mãe é uma mulher e uma mãe perfeita e fantástica, e merece um filho à altura dela!
-Hm, ym filho à altura dela... És mais baixo que ela? - riu.
-Não! - ri, fazendo-lhe breves cócegas. - Eu sou mais alto que ela, não muito, mas sou. Mas não era disso que eu estava a falar.
-Eu sei, Tomás, eu estaa a brincar.
Sorri-le. O sentido de humor e a ironia, principalmente, eram uma das suas coisas boas. Estava sempre a rir e fazia rir os outros.
-Bem, vamos embora, então? - perguntei.
-Sim. Hoje não,mas pode ser que quinta-feira até possa janta em tua casa.
-Boa!
Todo o caminho até ao prédio del não larguei a sua mão. Apesar de o calor já se fazer sentir, mesmo com o calor e o suor das mãos juntas, não a larguei. Isso não me fazia pior de que o sorriso dela costuma fazer.
-Chegámos - comentou, quando já nos encontravamos em frente da porta do prédio.
-Estás entregue, então!
-Sim. Obrigada.
-Não tens de quê! - sorri em resposta ao seu sorriso. - Amanhã entras logo de manhã?
-Sim, às oito e um quarto, vou ter Português.
-Ok, então vemo-nos antes do toque de entrada?
-Sim, provavelmente sim.
-Eu posso esperar por ti na estação.
-Boa ideia.
-Eu sabia. Bom, então até amanhã...
-Até amanhã...
Fiquei a olhá-la e depois aproximei o meu rosto do seu para lhe dar um beijo. Foi rápido, até porque fomos interrompidos por uma pessoa que queria passar.




-Estás-lhe a ganhar o jeito tão depressa! - gabei-a, brincando, com um sorriso, enquanto me afastava dela. Ela fez uma careta junto com um sorriso meio envergonhado. Depois entrou o prédio.

domingo, 22 de julho de 2012

Capitulo 3 # parte I #


Olá!
Bem, antes de tudo queria pedir imensas desculpas pela demora na publicação deste capitulo, mas com as mudanças e tudo mais quase não tenho conseguido escrever :s  Mas bom, aqui está ele, e espero que gostem! Não se esqueçam de deixar as vossas opiniões e os vossos comentários, que são muito importantes!
Beijinhos
 Boa leitura :)

Mónica

( Tomás )

Mandei mensagem à Catarina a dizer que ia buscá-la à sala. Assim que tocou para a  saída, saí da sala e fui até aos monoblocos buscá-la.
-Bom dia - cumprimentei.
-Bom dia . respondeu.
-Olha, eu vou ter com elas! Até já! - disse-lhe a Filipa. - Olá Tomás!
-Olá Filipa!
-Vieste cedo - comentou a Catarina, enquanto começavamos a caminhar.
-Saí cedo.
-Hm.
Permanecemos em silêncio durante algum tempo, continuando a andar.
-O que é que tens? - perguntei um pouco preocupado.
-Sono.
-Ah, isso explica a tua cara! - ri, aliviado.
-Está assim tão má? - perguntou, exibindo um ligeiro sorriso.
-Não, eu é que fiquei preocupado. Mas olha, vamos sentar aqui que eu tenho uma coisa para te mostrar.
-Uma coisa para me mostrar? 
Sentámo-nos no pequeno muro entre o pavilhão A e o pavilhão B, um lugar que já era hábito pararmos e conversarmos. E tinha sido exactamente nesse sítio que tudo tinha começado...
-Fiz isto ontem à noite. Vê  lá o que é que achas - disse.lhe, entregando-lhe o meu bloco. Era o desenho dos olhos dela. Estava incompleto, porque eu tinha estado a desenhar antes e quando começei este desenho o sono já estava a levar a melhor sobre mim. Ela pegou no bloco e ficou a admirar o desenho com o sorriso de deslumbre com que sempre ficava quando via os meus desenhos.
- Está lindo - elogiou.  
- E está incompleto. Já estava mais para lá do que par a cá quando o começei, ontem à noite - sorri.
- Está fantástico na mesma! - sorriu.
- Fantástica és tu!
Ela ficou envergonhada.
- O h Tomás, já pedi para não fazeres isso!
- O quê? Elogiar a rapariga fantástica que eu resolvi  conhecer  de uma  maneira estranha  mas que  não me arrependo nada? Aliás, até  me sinto feliz por ter feito figura  de parvo por algum tempo! Desculpa, mas é-me  impossivel  parar  isso! Sai  naturalmente!
-A sério?
-Mas devagar.
-A sério?
-Não, a brincar Tomás! - ironizou. Eu desmanchei-me num grande sorriso e voltei a beijá-la. E desta vez consegui obter resposta. Ela movimentou os seus lábios em sintonia com os meus, no entanto ainda se notava uma espécie de cautela. Parei o beijo por um instante, sem afastar muito o meu rosto do seu.
-Não tens de ter medo de me beijar. Eu perci que tem de ser devagar, mas acho que esse devagar inclui beijarmo-nos.


# Catarina #

Foi tão de repente que fiquei sem reagir. Senti uma sensação esquisita mas agradável quando o Tomás me beijou. Eu sempre quis dizer que não, até porque não ia ser bom começarmos alguma coisa e eu ir-me embora dali a umas semanas, mas a verdade era que apesar de eu não querer, estava a começar a sentir algo mais do que a atracção inicial pelo Tomás, ou mais ainda do que a amizade quebtinha ganho da sua parte. Acabei por ceder. Por mais reduzido que fosse o tempo que eu iria ter para estar com ele, iria aproveitar todo o tempo que tivessemos. Iamos apenas tentar. Tentar devagar e sem planos para que não fosse tão dificil depois. E às vezes eu pensava para mim própria que a nível dos pensamentos eu podia ser sabida e experiente no assunto, no entanto, na prática, eu sabia nada. Nunca tinha namorado antes, e o meu primeiro beijo tinha acabado de me ser roubado. Disse isso mesmo ao Tomás, mas ele não pareceu incomodado e até brincou, sem me ferir, com esse facto. E como costumam dizer, à terceira é de vez, por isso à terceira vez, no terceiro beijo, que correspondi, digamos assim, inteiramente. Deixei-me levar pelo Tomás, deixei que os seus lábios e os meus se envolvessem numa harmonia perfeita, harmonia essa que me fez esquecer o espaço e o tempo e me fez ter noção apenas daquele momento...
-Então, não é nada do outro mundo, pois não? - perguntou-me ele com um sorriso.
-Por acaso até é, mas é um outro mundo bom... - sorri.
-Ah, pois, pois é... - sorriu, roubando-me um pequeno e rápido beijo. - Obrigado por teres concordado em tentar.
-Até porque eu nunca quis nada disso... - ironizei.
-Tu já tinhas pensado em...
-Muitas vezes.
-Agora concretizou-se. E vou fazer tudo o que conseguir para aproveitarmos ao máximo até te ires embora. E depois de ires embora.
-Eu pedi para irmos devagar, e isso inclui não fazermos planos, por favor. Assim é mais fácil.
-Desculpa, eu sei, só que, tu sabes, eu não quero ir ficando contigo, eu quero ficar contigo.
-Let's take it easy, ok?
-Prometo, e o inglês tinha de surgir, não é? - sorriu.
-Sorry... - ri.
Tocou para a entrada.

-Vais ter História, não é? - perguntou.

-É.

-Então vamos, eu levo-te à sala e depois vou para a sala.

Levantámo-nos e ele pegou na minha mão quando começámos. Olhei para as nossas mãos e ele reparou.

-Namoramos, certo?

-Sim - sorri, apertando a sua mão com mais força. Ele sorriu. De repente, o meu stôr passou mesmo ao meu lado e eu assustei-me.

Chegámos à porta da sala e parámos.

-Não vamos ter o próximo intervalo, pois não? - perguntou-me.

-Não, eu não. Vou ter Inglês.

-Queres que espere por ti para almoçar?

-Não, senão depois não tens tempo.

-Ok. Mas até entrar venho ter contigo.

-Tu é que sabes. Bem, tenho de entrar - respondi, soltando a minha mão da sua.

-Espera! - voltou a segurar a minha mão e deu-me um beijo. Que por segundos me fez perder novamente a noção. - Pronto, agora já podes ir! - sorriu.

-Até logo.

-Até logo.

Entrei na sala e fui sentar-me no meu lugar.
-Bom dia, stôr.

-Bom dia.

-O Tomás veio trazer-te? - perguntou-me a Filipa, sentada no seu lugar, atrás de mim. Virei-me para ela.

-Veio - sorri.

-Eu vi o que aconteceu lá fora - sorriu ela.

-Nós começámos a namorar...

- Mas isso é a sério?

-Nós combinámos que iamos devagar e...

-Bem, vamos começar a aula? - disse o professor.

-Eu depois explico-te melhor - disse eu à Filipa, voltando a virar-me para a frente.

-Ok.

Quando saímos da aula, enquanto iamos para sala de Inglês, contei-lhe o que o Tomás me tinha diti e tufo o que se tinha passado no interevalo. Estava tão entretida a contar-lhe, mal olhava para a frente e acabei mesmo por ir contra alguém. A Filipa também não tinha visto, caso contrário ter-me-ia avisado.

-Desculpa - pedi, olhando para o Pedro.

-Não faz mal. Estás bem?

-Estou. Desculpa, outra vez.

-Não faz mal.

Eu e a Filipa seguimos caminho, mas ela ainda olhou uma vez para trás.

-Ele ficou a olhar - comentou.

-Deixa-o estar! Eu já lhe pedi desculpa, por isso.

-Ficaste mesmo chateada!

-Não. Eu só ainda estou para perceber porque raio é que ele decidiu voltar a falar-me, e tão bem, do nada!

-Ele voltou a falar contigo?

-Ainda não te tinha dito?

-Não.

- Desculpa! é que, com estas coisas todas do Tomás...!

-Está bem, não faz mal. Mas ele voltou-te a falar?

-Voltou. No McDonald's, quando lá fui almoçar com o Tomás, na terça-feira passada, e na quarta, quando eu vinha da estação para a escola.

-E então?

-Então nada. Quando ele começou com coisas, na quarta-feira, mandei-o ir dar uma volta!

-Mas o que ele disse foi assim tão estúpido?
-Oh, tipo, ele perguntou.me se eu estava chateada com alguém, porque estava a responder-lhe super mal e eu costumava estar sempre a sorrir e a ser super simpática. Mas também levou logo resposta!

-O que é que tu lhe foste dizer?

-A verdade, que achava estranho ele ter voltada o falar-me assim do nada!

-E ele?

-Ele negou que tivesse deixado de me falar!

-A sério?! Que lata!

-Pois. Eu disse-lhe que afinal era eu que tinha passado os últimos dois anos a ignorá-lo!

-Então mas ele explicou-te porque é que te ignorou ou te deixou de falar, ou continuou com a mesma conversa?

-Disse que não me tinha ignorado em tempo nenhum, mas eu despachei-o logo! Aquela conversa já me estava a tirar do sério!

-Pois, imagino... Então era por isso que parecias chateada, nesse dia, quando estavas a chegar!

-Sim. Mas o Tomás fez o favor de me animar...

-Ai o meu Tomás! - gozou, assim que entráos na sala.

- Bom dia, stôra! - cumprimentámos as duas.

-Bom dia! - respondeu-nos a stôra. - Então Catarina, o Tomás, está bom?

-Está.

-Eu vejo-vos muitas vezes juntos, são muito amigos, agora, não?

-Agora até são ma...

-Sim, somos amigos, stôra! - interrompi as palavras da Filipa, esperando que a professor se tivesse apercibido do que ela ia dizer.

-Fazem bem. Ele é bom rapaz.

-Se é, não é? - sussurrou-me a Filipa.

-É pá, mas tu importas-te? - repreendi-a. Ela riu-se e sentámo-nos para começar a aula.

segunda-feira, 16 de julho de 2012

Selo :)


image
Regras:
1) Dizer três factos sobre si.
2) Passar a cinco blogs.
3) Seguir o blog: http://talvezumdiatedigamote.blogspot.pt

1) – AMO escrever!
   - Não vivo sem música!
  - Tenho um pequeno fetiche em relação ao sitio para tirar fotogrfias.. :$

2) - http://thefuckyingroad.blogspot.pt

  - http://naotesquecasdemim.blogspot.com/

- http://givemelove06.blogspot.pt/

- http://mariaainwonderland.blogspot.pt/

- http://mylove1414.blogspot.pt/

3) Já sigo e gosto bastante!. Sigam vocês também!
Beijinhos  :)

Mónica

quarta-feira, 4 de julho de 2012

Olá!

Olá!
Bem, ainda não vos trago o próximo capitulo porque ainda não consegui terminá-lo, mas prometo ser o mais breve possivel!
O que me trás aqui agora é divulgar a nova fic da Ana Laranjeira, uma das autoras da fic BARCELONA, LA CIUDAD DEL AMOR. Acho que vale a pena acompanharem-na, pois, como as outras histórias que escreve, está fantástica e merece ser lida!  Aqui fica o link:  http://givemelove06.blogspot.pt/

Espero que gostem!  Beijinhos

Mónica